sábado, 28 de agosto de 2010

De qualquer maneira


Eu te amo
E não é um amor divino
Não tem nada de angelical
É um amor perverso, maldoso, beirando o diabólico
Um amor avesso a regras, a canções, discussões e dicionários
Eu te amo ardentemente... Eu te amo com gosto de suor
Eu te amo com unhas e dentes, com mordidas e tapas sem dó

Eu te amo nos seus lábios dançando flamenco
E também quando se cansam da solidão e convidam os meus prum forró
Eu te amo com sussurros no ouvido, com mãos inquietas, com suspiros de prazer
Eu te amo teu contorcionismo, teus grunhidos, tua loucura e tudo que é de você

Eu te amo com movimentos
Eu te amo teus gemidos
Eu te amo um grito
Eu te amo um silencio...
Eu te amo sem movimentos
Agora, cansado, te amo divinamente e a todo momento
Je t'aime, Aimêr

Matheaus Siebra
30/05/2010

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Um fiho




Um filho

Criatura com dentes, quem diria...

Que come feito leão, eu não sabia!

Que quase anda desengonçado e com alegria!


Um filho

Uma parte minha que não sou eu

Mas roubou muito de mim quando nasceu

Inclusive aquilo que desacreditava: o amor meu


Um filho

Que arranca minhas lágrimas escondidas

Quando não contém as suas na hora da partida

E soluçante me olha quase gritando adeus


Um filho

Que arranca meu sorriso escondido

Quando mostra o seu sorriso exibido

Jogando-se em mim e quase gritando: sou teu!


Um filho

Que na simplicidade do olhar diz tudo

Que parece espiar todo dia por cima do muro

Pra entender assim cada sentimento meu


Um filho

Um filho que me faltam palavras

Como se fosse eu a “tabula rasa”

E precisasse aprender a dizer amor...


Um filho raro,

Um filme raro

Que passa aos domingos no meu coração

Um coração tão grande, enorme

Mas que mesmo assim não pode

Conter toda minha emoção.

Matheaus Siebra

25/08/2010