quinta-feira, 23 de julho de 2009

Anjo da Manhã


Anjo matinal que aparece somente para desaparecer

Seguindo à risca a noção que diz do bom durar pouco

Anjo infernal, que não me deixa nunca em paz

Sempre voa sobre mim, em mim, povoando meu dia vazio

Angelical, quando te vejo voando, nadando em teus sorrisos, flutuando sobre tua voz

Inesperadamente desaparece, contrariando o advérbio eu já esperava por isso

Pois, do teu lado, tudo é paradoxo

Pessoas ao redor não estão lá

Gritos e gemidos silenciam ao nascer

Olhares e gestos cegos, loucos, não existem

É um calor que me sobe às vértebras me fazendo arrepiar

A noite é a única que não participa dessa insensatez

Esta ali, viva, rutilante em sua escuridão

Esperando apenas pelo sol

Este que sempre convida o anjo matinal

A me libertar da minha ilusão.

Matheaus Siebra

20/10/2008

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