Anjo matinal que aparece somente para desaparecer
Seguindo à risca a noção que diz do bom durar pouco
Anjo infernal, que não me deixa nunca em paz
Sempre voa sobre mim, em mim, povoando meu dia vazio
Angelical, quando te vejo voando, nadando em teus sorrisos, flutuando sobre tua voz
Inesperadamente desaparece, contrariando o advérbio eu já esperava por isso
Pois, do teu lado, tudo é paradoxo
Pessoas ao redor não estão lá
Gritos e gemidos silenciam ao nascer
Olhares e gestos cegos, loucos, não existem
É um calor que me sobe às vértebras me fazendo arrepiar
A noite é a única que não participa dessa insensatez
Esta ali, viva, rutilante em sua escuridão
Esperando apenas pelo sol
Este que sempre convida o anjo matinal
A me libertar da minha ilusão.
Matheaus Siebra
20/10/2008
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