quinta-feira, 23 de julho de 2009

Nordeste encarnado


Porque me olha com estes olhos tristes?

Com esta cara contemplativa de quem pela ultima vez me vê?

Observando cada pedaço meu, cada detalhe meu, lembrando o retirante antes de partir?

Porque não te olhas? Por dentro, não por fora

E entende que não é o sertanejo que se vai, mas o sertão que vai embora?

Terras tu tens demais... vastíssimas ate onde a perna consegue ir

Mas um fruto sequer não se colhe, não se planta, nem se vê

É infértil como o mais árido deserto

Espanta a todos como a mais triste seca

Fere a quem te toca como o mandacaru ao sol

Como poderia eu, pacato e urbano, acostumar-me a tua paisagem Arida?

Teu clima quente e vegetação rasteira?

Desculpa amor, mas o verde dos teus olhos não mais se espalhará sobre minha plantação

Matheaus Siebra

26/10/2008

Um comentário: