Porque me olha com estes olhos tristes?
Com esta cara contemplativa de quem pela ultima vez me vê?
Observando cada pedaço meu, cada detalhe meu, lembrando o retirante antes de partir?
Porque não te olhas? Por dentro, não por fora
E entende que não é o sertanejo que se vai, mas o sertão que vai embora?
Terras tu tens demais... vastíssimas ate onde a perna consegue ir
Mas um fruto sequer não se colhe, não se planta, nem se vê
É infértil como o mais árido deserto
Espanta a todos como a mais triste seca
Fere a quem te toca como o mandacaru ao sol
Como poderia eu, pacato e urbano, acostumar-me a tua paisagem Arida?
Teu clima quente e vegetação rasteira?
Desculpa amor, mas o verde dos teus olhos não mais se espalhará sobre minha plantação
Matheaus Siebra
26/10/2008
Tão seco e triste quanto meus olhos de lágrimas pelo meu sertão intimo.
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